O Que Foi a Crise de 1929?
A Crise de 1929 teve início com a quebra da Bolsa de Nova York no dia 24 de outubro do mesmo ano.
Seu principal efeito foi a destruição imediata do sistema financeiro norte americano, repercutindo em todo o mundo capitalista.
Durante a Grande Depressão as principais consequências foram a falência do liberalismo clássico, o retorno da intervenção do Estado na economia, falência de bancos, empresas e fazendeiros, retração do comércio exterior, crise social, desemprego alarmante e a ascensão dos regimes totalitários de extrema direita (nazismo e fascismo).
O historiador Eric Hobsbawm utilizou a expressão cataclisma para definir o que aconteceu no dia 24 de outubro de 1929.
A quebra da Bolsa de Nova York desencadeou uma crise econômica avassaladora que quase varreu a capitalismo do mapa. A quebradeira foi generalizada.
O efeito foi ainda mais devastador porque depois desse episódio seguiu-se uma depressão econômica (1929-1932) que reduziu em 60% as atividades comerciais em todo mundo.
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A única exceção a esta hecatombe financeira foi a União Soviética. Enquanto as economias liberais rastejavam para manter o seu funcionamento os russos respiravam a plenos pulmões, ganhando credibilidade e apresentando-se como um caminho alternativo ao sistema capitalista.
Muitos pensaram que aquele seria o fim do capitalismo, tal qual havia previsto Karl Marx quando afirmou que este sistema econômico atravessa crises cíclicas, em que cada episódio é ainda mais destruidor que os anteriores.
É impossível compreender a segunda metade do século XX sem o colapso econômico de 1929.
O que é uma crise econômica?
Explique por que a União Soviética não foi atingida pelos efeitos da crise de 1929.
Porque o país adotou o socialismo como forma de governo, não mantendo relações capitalistas de produção em seu mercado interno. Além disso, os países capitalistas procuraram reprimir e combater os soviéticos depois do sucesso da Revolução Russa, aumentando assim ainda mais o isolamento do país em relação ao capitalismo. Quando veio a crise que assolou o mundo, a URSS estava praticamente imune aos seus efeitos, experimentando anos sucessivos de crescimento econômico e industrial enquanto os outros países mergulhavam na Grande Depressão.
Origens da Crise de 1929: Superprodução
Os acontecimentos de 1929 têm como uma de suas origens uma Crise de Superprodução decorrente dos efeitos da Primeira Guerra Mundial.
Durante a Guerra (1914-1918) a Europa deixou de abastecer o resto do mundo em virtude de suas necessidades de guerra. Toda a sua produtividade foi direcionada para a indústria bélica.
Além disso, os europeus passaram a comprar no exterior aquilo que antes era produzido no seu mercado interno. O país que mais se beneficiou dessa situação foi os Estados Unidos, que se transformou no grande fornecedor de produtos bélicos e civis para a Entente.
A América latina, incluindo o Brasil, deu início a um processo conhecido como industrialização via substituição de importações, baseado no desenvolvimento da indústria de pequeno e médio porte, voltada para a produção de bens de consumo leves não duráveis, como o setor têxtil e o alimentício.
Após o término da guerra a Europa retomou a sua recuperação econômica, em um processo que atravessou toda a década de 1920. Entretanto, os demais países não diminuíram seu ritmo de produção.
Muito pelo contrário, investiram no crescimento e desenvolvimento de suas atividades industriais.
A soma desses quadros econômicos específicos foi uma crise de superprodução no final da década de 1920, em que a oferta era muito superior à demanda, resultando em uma queda brusca e desenfreada dos preços das mercadorias, levando milhares de empresas à falência.
É importante ressaltar que essa superprodução não se limitou ao setor industrial, ocorrendo também no setor agrícola, tendo a queima de toneladas de sacas de café no Brasil como um de seus maiores exemplos.
American Way Of Life
O estilo de vida americano (American Way of Life) foi o termo como ficou conhecido o alto padrão de emprego, renda e consumo da sociedade americana no período imediatamente após a Primeira Guerra Mundial.
Os EUA foi um dos principais responsáveis pelo fornecimento de empréstimos aos países europeus para viabilizar a sua reconstrução e retomada das atividades econômicas.
Por isso o país transformou-se no maior receptor dos capitais disponíveis no mercado financeiro internacional que passam a ser investidos no setor financeiro, no financiamento para o setor agrícola e industrial, entre outras aplicações e investimentos.
Ocorreu assim um Boom na economia americana, termo que significa o aumento rápido da atividade econômica, resultando no pleno emprego da população, na diminuição dos estoques, no aumento dos lucros, do consumo e dos investimentos.
No entanto, o quadro apresentado acima escondia uma série de desequilíbrios que seriam revelados por uma crise sem precedentes na História do capitalismo.
Em nosso próximo artigo iremos analisar a Quebra da Bolsa de Nova York.
Indicação de Vídeo
Tempos Modernos. (Modern Times, EUA 1936). Direção: Charles Chaplin 87 min. preto e branco, Continental.
Referências Bibliográficas
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A crise do capitalismo liberal. In: Daniel Aarão Reis Filho; Jorge Ferreira; Celeste Zenha. (orgs.). O século XX. O tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
GALBRAITH, John Kenneth. 1929: A Grande Crise. São Paulo: Larousse
do Brasil, 2010 (189 Páginas).
GAZIER, Bernard. A Crise de 1929. Porto Alegre: L&PM Editores, 2009.
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992.
PARKER, Selwyn. O Crash de 1929: as lições que ficaram da Grande Depressão. São Paulo: Globo, 2009.
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